Derrite diz que PCC tem grupo de elite treinado para atacar autoridades em SP: 'Restrita tática'
ARQUIVO: O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), em formatura de PMs, no Autódromo de Interlagos.
Pablo Jacob/Secom/GESP
O secretário estadual da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite (PL), disse nessa sexta-feira (26) que o Primeiro Comando da Capital (PCC) tem uma divisão de elite dentro da facção criminosa especializada em atacar autoridades e cometer roubos e assassinatos.
Na saída de um Simpósio Nacional de Segurança Pública, realizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o secretário afirmou que a divisão chamada de “Restrita Tática” treina criminosos para usarem armamentos de grosso calibre, como aconteceu no assassinato do ex-delegado-geral de SP, Ruy Ferraz Fontes.
“De uns anos para cá, eles montaram um grupo da organização criminosa chamado ‘Restrita tática’. Os indivíduos dessa restrita tática são treinados para realizarem atentados contra autoridades. Eles passam por treinamentos com diversos armamentos”, explicou.
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“Infelizmente é uma realidade. (…) O que se tem hoje, infelizmente, por isso a gente não pode subestimar o crime organizado, temos que enfrentar as organizações criminosas com muita inteligência e tolerância zero, porque eles são bastante perigosos, vide o que fizeram com o doutor Ruy”, declarou o secretário da Segurança.
Rafael Dias Simões, conhecido como Jaguar, suspeito de participar no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz
Divulgação
O secretário também afirmou que a polícia já sabe que um dos oito presos por participação do assassinato de Ruy Ferraz Fontes na Praia Grande é um dos atiradores que mataram o ex-delegado-geral de Polícia do estado.
Segundo Derrite, o suspeito Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar, apontado como um dos integrantes da quadrilha que matou Ruy Ferraz Fontes, é um dos atiradores que mataram o ex-delegado geral na Praia Grande, litoral paulista.
De acordo com o secretário, o depoimento de um dos presos e perícias feitas no celular dos suspeitos apontam que Jaguar estava na cena do crime do último dia 15 de setembro. A defesa dele não foi localizada pela reportagem.
O atirador, a gente pode cravar pelos indícios, é o Jaguar que está preso. Esse a gente pode cravar porque, além do termo de depoimento de um dos presos, o Luiz que está preso, que tinha o apelido de Fofão, no aparelho celular dele foram extraídas informações que ele – Fofão – tinha levado o Jaguar para um outro endereço, dado fuga e que ele seria um dos atiradores [contra o delegado].
“A nossa linha de raciocínio em relação aos atiradores é que um deles é o Jaguar, que está preso. Agora estamos realizando exames periciais também e vamos realizar nos armamentos, quando a gente encontrar esses armamentos. Aí vai ser possível fazer os exames de comprovação balística. Durante a perícia a gente conseguiu apreender projéteis que estavam intactos perto do doutor Ruy”, comentou o secretário.
Conforme o g1 publicou em 20 de setembro, dia da prisão de Rafael Simões, o advogado de defesa de Jaguar nega participação dele no crime e afirma que ele estava buscando a filha na escola no momento do assassinato.
“Ele alega e tem como comprovar que não tem ligação alguma. Ao conversar com ele, em entrevista, o mesmo relata que quase no momento em que ocorreu o crime, ele estava pegando sua filha na escola e também trabalhando, onde ele bate cartão de ponto”, explicou Adonirã Correia, em entrevista à TV Tribuna (veja vídeo abaixo).
Jaguar, 6º suspeito de participar do assassinato de ex-delegado, é preso no litoral de SP
Rafael Simões se entregou à Polícia de São Vicente, no litoral paulista na madrugada do último sábado (20). Ele foi o sexto suspeito identificado por participação no crime, entre oito pessoas que já tiveram suas identidades reveladas pela polícia.
Segundo o advogado dele, ele se entregou para preservar a própria vida e a vida da família, após tomar ciência do mandado de prisão temporária por meio das notícias divulgadas na imprensa.
“A gente [escritório de advocacia] o orientou a se entregar, seria a melhor opção para que possamos futuramente ter acesso aos autos investigativos e saber qual é a relação em si que ele está sendo acusado”, disse Correia.
“Entendemos que a alternativa mais viável era apresentá-lo justamente para preservar não só a vida dele, mas também pelo fato de que nós não tínhamos dúvida de que esclareceríamos a questão e ele seria colocado em liberdade”, afirmou o advogado Abraão Martins, que também representa Rafael.
Prisão
Rafael se apresentou na Delegacia Sede de São Vicente, na madrugada de sábado (20), um dia após a Justiça decretar a prisão temporária dele. Adonirã Correia e Abraão Martins foram contratados quando o suspeito descobriu que estava sendo acusado de participação no crime.
Segundo a defesa, Rafael abandonou o crime e, no momento da execução, havia saído do trabalho e buscava a filha na escola, em Santos. Os advogados garantem que possuem comprovantes de ponto registrados no trabalho, tanto no dia do crime quanto nas datas seguintes.
Fonte Oficial