Greve na limpeza urbana deixa ruas tomadas pelo lixo em seis cidades da Baixada Santista
Greve da limpeza urbana completa uma semana na Baixada Santista
A greve dos trabalhadores da limpeza urbana na Baixada Santista completa uma semana nesta terça-feira (5), causando sérios impactos na coleta de lixo em seis cidades do litoral paulista. Com menos profissionais nas ruas, o acúmulo de resíduos é visível em diversos pontos dos municípios, afetando a rotina da população e aumentando o risco à saúde pública.
Ao todo, 2.921 funcionários das empresas Terracom, Terra Santos Ambiental e PG Eco Ambiental estão paralisados. Eles reivindicam um reajuste de 7% nos salários e benefícios, mas a proposta foi rejeitada pelas empresas, que ofereceram 5,5% de aumento salarial e 7,5% nos benefícios.
Uma nova audiência de conciliação está marcada nesta terça-feira no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, e pode ser decisiva. Atualmente, conforme decisão da Justiça, os profissionais atuam com 70% do efetivo, em esquema de revezamento (leia mais abaixo).
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Trabalhadores da limpeza urbana entram em greve em seis cidades da Baixada Santista
Lixo acumulado
Moradores de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá, Praia Grande e Bertioga relatam o crescente acúmulo de lixo nas cidades.
Em Santos, bairros como Gonzaga enfrentam acúmulo de lixo em diversos pontos, especialmente nas avenidas Bartolomeu de Gusmão e Epitácio Pessoa, além das ruas Bahia, Liberdade e Ricardo Pinto, onde grandes pilhas de descarte vêm se formando.
Rua 21 de abril, em Bertioga, SP, registrou pilhas de lixo.
Adriana Gomes da Silva
Em Bertioga, a moradora da Rua 21, no bairro Chácara Vista Linda, Adriana Gomes da Silva, informou que o lixo está acumulando há uma semana, nas portas das casas e esquinas. “É um descaso com os moradores”. A equipe de reportagem também recebeu reclamações nas ruas Diney Lyra e Destino Gil.
Já no Guarujá, moradores do bairro Pedreira registraram imagens que mostram verdadeiras montanhas de lixo espalhadas pelas vias públicas, evidenciando a falta de coleta e o impacto direto na qualidade de vida.
Justiça determinou 70% do efetivo
Por se tratar de serviço essencial, a Justiça já havia determinado que 70% do efetivo operacional fosse mantido durante a greve, por meio de sistema de revezamento.
Os serviços incluem coleta domiciliar, hospitalar e seletiva, varrição de ruas, limpeza de praias e ecopontos, além de poda de árvores.
O descumprimento da determinação judicial pode gerar multa diária de R$ 100 mil ao Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Urbana e Áreas Verdes da Baixada Santista (Siemaco).
Moradores da Baixada Santista denunciam acúmulo de lixo durante greve
Negociação travada
O presidente do Siemaco, André Domingues de Lima, afirmou ao g1 que não haverá consenso se as empresas não aceitarem as condições dos trabalhadores. “A greve continuará se não oferecerem o que nós queremos”, afirmou.
O pedido de reajuste da categoria considera a reposição da inflação acrescida de 2% de aumento real. Segundo o sindicato, sem essa correção, os salários dos trabalhadores da limpeza urbana podem se equiparar ao salário mínimo nacional, reduzindo ainda mais o poder de compra da categoria.
O que dizem as empresas?
O Grupo Diniz, dono das empresas Terracom, Terra Santos Ambiental e PG Eco Ambiental, foi procurado pela equipe de reportagem, mas até o momento não respondeu.
O que dizem as prefeituras?
Em nota, a Prefeitura de São Vicente informou que tem acompanhado os desdobramentos da greve e segue monitorando o contrato com a empresa responsável pela limpeza urbana. Para atender a população durante a paralisação, a administração disponibilizou um canal exclusivo via WhatsApp para registro de demandas.
O atendimento é feito por mensagens de texto, com a opção de envio de imagens, pelo número (13) 97423-4472. O canal não aceita ligações. A prefeitura também destacou que equipes próprias estão atuando nas ruas para manter a cidade limpa e organizada.
A Prefeitura de Santos informou que os serviços de coleta de resíduos e limpeza urbana estão operando com 70% do efetivo. A administração notificou o consórcio responsável, cobrando a manutenção de todos os serviços essenciais sem prejuízos à população. Além disso, acompanha de perto as negociações salariais entre o sindicato dos trabalhadores e a empresa contratada.
Das seis cidades afetadas pela greve, apenas as prefeituras de São Vicente e Santos haviam se manifestado até o momento da publicação desta reportagem.
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