Tarcísio diz que pedágio automático é irreversível em rodovias entre capital, litoral e interior de SP
De acordo com o governador de São Paulo, a implantação da tarifa por parte na nova concessionária, o Consórcio Novo Litoral, está diretamente ligada aos investimentos previstos para a melhoria da infraestrutura das estradas. Concessionária Novo Litoral inicia operação de 213 km de rodovias do Lote Litoral Paulista
Divulgação/Governo de SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que não há possibilidade de suspender a cobrança de pedágio nas rodovias que integram o Lote Litoral Paulista — trecho que abrange a Mogi-Bertioga (SP-98), Padre Manoel da Nóbrega/Cônego Domênico Rangoni (SP-55) e Mogi-Dutra (SP-88), agora sob administração do Consórcio Novo Litoral (CNL).
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A declaração foi dada durante visita à Baixada Santista, na última sexta-feira (13). Segundo o governador, a tarifa está diretamente ligada aos investimentos de infraestrutura previstos no contrato de concessão.
“A cobrança só vai acontecer depois que o investimento for feito. Há muitos investimentos que ainda vão chegar”, disse.
Tarcísio de Freitas durante agenda em Santos, na data de aniversário de José Bonifácio
Vanessa Rodrigues/AT
A CNL, formada pelas empresas CLD Construtora, Laços Detetores e Eletrônica, e Companhia Brasileira de Infraestrutura (CBI), assinou o contrato em outubro de 2024, com validade de 30 anos. Estão previstos R$ 4,3 bilhões em investimentos, incluindo duplicações, ciclovias e passarelas.
O contrato prevê a instalação gradual de 15 pontos de pedágio com tecnologia free-flow — sistema que permite a cobrança eletrônica por trecho percorrido, sem necessidade de parar nas tradicionais praças.
A previsão é que sete pórticos comecem a operar em novembro de 2026, e os demais, a partir de 2028, no quarto ano da concessão. O valor da tarifa, definido em edital, será de aproximadamente R$ 2,00. O sistema também prevê desconto para usuários frequentes, que pode chegar a até 20% (veja mais abaixo).
Trechos de pedágio na Baixada Santista e Vale do Ribeira
Ele explicou que a cobrança está diretamente vinculada aos investimentos previstos para a modernização das estradas, que ligam o Alto Tietê ao litoral e interior do estado.
“No início, as pessoas reclamam um pouco, mas depois que os investimentos começam a acontecer, todo mundo percebe a importância. São Paulo está acostumado com isso, e é por isso que temos as melhores rodovias do estado”, ressaltou Tarcísio.
Em nota, a CNL informou executará investimentos importantes em infraestrutura, como a implantação de vias marginais, novos dispositivos de acesso e retorno e ciclovias. “Essas obras permitirão que os moradores utilizem rotas locais sem a necessidade de pagar pedágio, promovendo mobilidade urbana com inclusão e respeito às comunidades lindeiras”.
Sobre o CNL
Mapa Lote Litoral Paulista
Divulgação/Governo de SP
O leilão que definiu a concessionária responsável aconteceu em abril de 2024. O contrato foi assinado em 3 de outubro, e a operação começou em 1º novembro nos trechos da Mogi-Bertioga (SP-98), Padre Manoel da Nóbrega/Cônego Rangoni (SP-55) e Mogi-Dutra (SP-88).
O contrato, válido por 30 anos, prevê investimentos totais de R$ 4,3 bilhões, incluindo duplicações, implantação de vias, acostamentos, ciclovias e passarelas para pedestres.
As empresas serão responsáveis por investir e melhorar a infraestrutura das estradas com mais de 90 km de duplicações, 10 km de faixas de ultrapassagem, 47 km de acostamentos, 73 km de ciclovias e 27 novas passarelas para pedestres.
Trechos de cobertura de pedágios
Investimentos previstos?
Segundo o Governo de São Paulo, a concessão visa atender a demanda crescente da região, impulsionada pelo turismo e o transporte de cargas ao Porto de Santos. Para isso, os recursos serão aplicados em duplicações, ampliações de vias, acessos, infraestrutura viárias e demais melhorias.
Entre as ações previstas nas rodovias da Baixada Santista e Vale do Ribeira, está prevista a duplicação de 36,7 km, no trecho de Bertioga a Santos, e outros 44,8 km, no trecho de Peruíbe a Miracatu, ambas na SP-055. Também haverá a recuperação viária, instalação de passarelas e marginais.
Além disso, também nestes trechos, serão instaladas novas passarelas e implementados cerca de 40 km de ciclovias. Já entre Praia Grande e Peruíbe, haverá a recuperação e construção de novas passarelas e implementados 32,6 km de ciclovias, entre outras melhorias.
Em nota, a CNL informou que já tem promovido melhorias ao longo dos 212 quilômetros de rodovias que integram o Alto Tietê, a Baixada Santista e o Vale do Ribeira.
“Os motoristas já contam com uma estrutura operacional completa e ativa 24 h por dia, que inclui atendimento pré-hospitalar com UTIs móveis, remoção de veículos, inspeção viária, combate a incêndios e oito Postos de Serviço de Atendimento ao Usuário (SAUs)”, disse, em nota.
Em paralelo, a concessionária informou que está em andamento um amplo programa de conservação viária, com foco na melhoria do pavimento, sinalização, drenagem, contenções e outros aspectos fundamentais para garantir mais segurança, conforto e fluidez no tráfego.
Pedágios
A concessão utiliza o modelo de cobrança de tarifa por meio de pórticos de cobrança automática (free-flow). O sistema é eletrônico e moderno em comparação ao de praças convencionais de pedágio, permitindo uma cobrança mais justa aos motoristas pelo trecho percorrido.
Sistema free flow Lote Litoral Paulista
Divulgação/Artesp
Dos quinze pórticos previstos, doze são na Baixada Santista e no Vale do Ribeira. Os equipamentos são equipados com sensores e câmeras dessa forma: 12 pontos na SP-055; um na SP-098 e dois na SP-088.
De acordo com a Artesp, sete pórticos de cobrança serão instalados a partir do segundo ano de concessão, ou seja, novembro de 2026. Além destes, outros oito pontos estão previstos para operarem a partir do quarto ano de contrato.
A agência destacou que a operação comercial plena, com cobrança de tarifa, ocorrerá somente após a entrega de investimentos estabelecidos em contrato. Entre eles, estão obras de melhorias, implantação e pavimentação de vias nos trechos.
Tarifas
O pedágio no sistema free-flow será cobrado automaticamente, com desconto de 5% para motoristas que usam TAG. Quem não tiver o dispositivo terá a placa escaneada e deve pagar em até 15 dias; caso contrário, poderá ser multado por evasão.
Veículos como motocicletas, motonetas e bicicletas a motor são isentos. Usuários frequentes com TAG terão descontos que variam conforme o número de passagens no mesmo pórtico: 10% para 11 passagens e 20% a partir da 21ª passagem no mês.
Caminhões, ônibus, tratores e furgões não têm direito a desconto. O sistema permite trafegar sem parar nas praças de pedágio e já está em funcionamento em outras rodovias do estado e do país.
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